Werbert Cirilo Gonçalves
Mestre em Ciências da Religião
Quantas Escolas você freqüentou?
Esta pergunta fundamental para o shalonita não está relacionada apenas ao
número de Escolas de Dirigentes que participou, tampouco se refere aos
colégios, às faculdades ou às diversas escolas de formação profissional. Com
esta pergunta, queremos tomar o significado alegórico que o termo Escola pode alcançar quando analisamos
os diversos ambientes da nossa história que nos propiciaram algum aprendizado.
A escola é o lugar da formação do
homem e da mulher. E o que entendemos por
formação? A formação não poderá ser entendida como uma ‘Fôrma’ já pronta na qual somos moldados, isso iria ‘de encontro’ à
nossa liberdade. Tampouco, pode-se entender a formação como um processo no qual
agimos sem rumo certo. A formação é o processo de educação ao qual o homem se
submete em vista de sua realização enquanto ser humano. Para os cristãos, a
educação é o conjunto de instruções e desenvolvimento corporal, mental e
espiritual que os aproximam do Mestre Jesus, modelo de humanidade.
A formação humana é uma difícil
tarefa à qual o ser humano deve se propor. Esta tarefa está totalmente
relacionada à busca pelo sentido último da sua existência. A busca que dá
sentido à existência do ser compõe-se de etapas que se realizam, não menos do
que as grandes obras, com dificuldades, erros, esforços e conquistas. É
necessário ressaltar que essa empreitada formativa está também associada à
felicidade humana e não egoísta, ou seja, uma formação que busca também a
promoção dos outros seres humanos que juntos constituem uma comunidade de
aprendizes.
Sabemos que toda formação se dá
numa Escola. Desta forma, se por um instante contemplarmos a nossa história, as
diversas situações da existência humana, nos revelará as diversas escolas que
freqüentamos. E se observarmos mais atentamente, eis que nos depararemos com os
grandes mestres da nossa vida: pais, avós, professores, amigos, escritores,
religiosos, sábios, místicos, etc.
Mas, cuidado! Nem todos são
autênticos Mestres. Reconhecemos o verdadeiro Mestre quando, na longa Jornada,
enxergamos seus pés marcando o chão ao lado dos nossos. Desta forma, o passo do
Discípulo se confunde com os passos do Mestre. Mesmo na sua ausência, o bom
Discípulo, reconhece suas pegadas que continuam ao seu lado na estrada. Pois,
Mestre e Discípulos estão em comunhão. Vivem juntos a mesma busca, são amigos,
irmãos, íntimos e, por isso, cuidam-se um do outro e juntos crescem.
Olhando atentamente para o
Evangelho, notaremos que Jesus é o Mestre
por excelência. Desta forma, ser Cristão, Discípulo e Missionário é ousar
freqüentar a Escola do Homem de Nazaré. Suas ações são lições que educam o
mundo e seu amor é fonte inesgotável de encanto e entusiasmo com o projeto de
educação e Vida (Salvação).
Vocacionados à felicidade, somos
missionários que trilham o caminho que dá sentido à vida e que resulta na
realização humana. Jesus nos envia dois-a-dois para que o testemunho seja
verdadeiro como dizia a Lei, e para que juntos possamos caminhar sem desanimar.
Levamos apenas a túnica que está no nosso corpo e sandálias, símbolo do
peregrino missionário. Estamos assim, despidos de tudo o que pode impedir de
entregar-nos totalmente ao projeto do Reino. Todavia, não queremos com a nossa
missão aumentar o número de convertidos. No entanto, o Mestre nos ensinou... E
o que desejamos é partilhar com os irmãos a beleza da caminhada e apontar o
horizonte de esperança que se desvela à nossa frente.