Shalom é uma saudação aramaica de paz, que também denota integridade ou perfeição. Todavia, não é apenas uma paz que significa ausência de guerra, senão, no seu significado mais genuíno, uma paz espiritual que é presença no ser humano da graça divina. Assim, todo shalonita trás shalom dentro do seu próprio ser, uma vez que o ser humano é a habitação onde reside o Deus da paz.
A história do Movimento Shalom está ligada diretamente à história dos movimentos de TLC (Treinamento de Lideranças Cristãs), assim tem como escopo a formação cristã de lideranças jovens no engajamento social e na participação ativa na comunidade de fé. Este Movimento chegou à Arquidiocese de Mariana em meados da década de 70 e, desde então, procura caminhar em comunhão com a Igreja Local, e assim, participam do Movimento Shalom as cidades que compõem a Arquidiocese de Mariana. Contudo, em nossos encontros temos a significativa presença de cristãos católicos vindos de outras cidades como São João Del Rey (Arquidiocese de São João Del Rey), Belo Horizonte, Raposos, Nova Lima, Contagem, Ibirité, Betim, Sabará, Ribeirão das Neves (Arquidiocese de Belo Horizonte), Inhapim (Diocese de Caratinga) e Juiz de Fora (Arquidiocese de Juiz de Fora).
O centro da proposta do Shalom é Jesus e seu projeto de vida. Assim sendo, como o nosso patrono São João Batista, o Jovem shalonita é aquele que está atento à voz do Senhor que o vocaciona a servi-lo preparando o caminho e abrindo as veredas por onde o Cristo deve passar para o encontro animador com outros jovens. Portanto, o carisma do nosso movimento é formar lideranças cristãs propiciando aos jovens uma verdadeira experiência de fé no encontro com a pessoa de Jesus Cristo e seu evangelho, a partir de vivências que procuram integrar o jovem à comunidade eclesial seguindo o mandato do Senhor: “Vos sois o sal da terra e a luz do mundo. Que as vossas obras glorifiquem o Pai que está nos céus (Mt 5, 13-16)”.
A nossa intenção é também buscar uma espiritualidade encarnada, o engajamento pastoral, a formação vocacional, a formação humano-afetiva, o compromisso social, o amadurecimento da fé, a consciência de uma Igreja em comunhão, a valorização do lugar de pertença e a consciência eclesial enraizada na própria cultura.
O essencial da nossa Espiritualidade é a Eucaristia, fonte e ápice do Movimento Shalom. Ela faz o Movimento Shalom acontecer, pois na sua base está o mistério do amor de Deus que chama os shalonitas a viverem a comunhão e em comunhão divina e fraterna. Portanto, cada vez que celebramos a Eucaristia nos unimos em comunhão com Deus e com os irmãos.
A Jornada é a principal atividade do Movimento Shalom. É um momento de reflexão e convite para que, adentrando o universo sagrado da sua própria vida, homem e mulher possam encontrar Deus que graciosamente se inclina em sua direção e que com eles vem se comunicar através de um diálogo que se realiza mediante a ousadia humana de se abrir para acolher o mistério divino.
A Jornada é mais do que a saída de um lugar físico – as nossas cidades – para um outro lugar. Ela é um apelo divino ao ser humano a dedicar um momento da sua caminhada para refletir sobre seu próprio ser e sua vida. Na Jornada, devemos permitir que Deus nos conduza em direção ao mais profundo de nós mesmos, sem medo ou covardia para que nos aproximemos da verdade sobre nós e sobre Ele. Ao mesmo tempo, a Jornada é ambiente propício para revermos a nossa caminhada e as mais diversas experiências e encontros que temos no universo humano. É também, momento oportuno para contemplar o lugar para o qual nos encaminhamos – (lugar da comunhão com Deus) – ou para fazermos um propósito de nos tornar cristãos melhores.
Assim, peçamos a Deus que nos ensine a desbravar os corações dos povos carregando com ousadia a bandeira da paz; a fim de que, como discípulos missionários da escola itinerante do mestre Jesus, que nos educa no amor, sejamos promotores da paz autêntica que cada cristão é vocacionado a levar ao mundo.
Essa é a missão do shalonita hoje e sempre: levar com alegria a paz ao mundo. Diante dos desafios de um mundo marcado pela violência e demais injustiças, pensamos que, cada vez mais, se fará necessário aos cristãos o testemunho da paz que é fruto do amor divino. Os jovens de amanhã se perguntarão com mais insistência do que os jovens de hoje onde nos afastamos do verdadeiro sentido da paz. E muito provável, toda a humanidade sentirá no mais profundo da alma um vazio existencial que clamará por uma resposta precisa sobre a esperança de um mundo melhor; e o espírito, desta mesma humanidade, buscará incessantemente aquilo que o encontro com o Cristo nos oferta: Shalom.
Por fim, como o Cristo ressuscitado (Jo 20,21), nós desejamos Shalom a todos, a fim de que, ao ouvirem esta palavra, sejam testemunhas da paz do Pai que o Espírito fecunda em nosso coração. E que o discipulado de Maria, a estrela guia da Jornada, nos inspire a fazer de cada situação da vida uma solene celebração da paz!
Shalom Haverim, leitraaot! A Paz meu irmão, até breve!
